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Archive for the ‘Reportagem’ Category

Capa do livro Gêneros Jornalísticos no Brasil

Por Lidiane Dini

Esboçar o quadro dos gêneros jornalísticos praticados pela mídia brasileira é o objetivo do mais novo livro organizado pelo professor José Marques de Melo, com o título ‘Gêneros Jornalísticos no Brasil’. Resultado de uma reflexão coletiva proposta aos seus alunos de pós-graduação, em busca de saídas para a crise enfrentada pelo jornalismo no país, a obra será lançada nacionalmente no dia 22 de abril, na cidade do Recife, durante o XIII Encontro Nacional dos Professores de Jornalismo, promovido pela Universidade Católica de Pernambuco e pelo Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo – FNPJ.

Lançado pela Editora da Universidade Metodista de São Paulo — EdUMESP, o título é organizado em parceria com Francisco de Assis, que também assina dois textos da coletânea. Além dele, outros nove estudantes de pós-graduação do curso de mestrado e doutorado da UMESP colaboram com o estudo.

Sobre o livro

Ao todo são 13 textos — além do prefácio, apresentação e introdução — que preenchem as páginas do volume e desenham o cenário teórico e prático dos gêneros jornalísticos no Brasil. Eles estão disponíveis ao leitor em dois conjuntos ensaísticos: enquanto o primeiro é formado por estudos gerais, que pretendem classificar e conceituar os diversos tipos de gêneros, formatos e tipos cultivados pela mídia contemporânea, o segundo conjunto de textos é constituído por análises que desvendam sua utilidade potencial, visando à aplicação nas rotinas profissionais.

A proposta não é esgotar o tema, mas preencher uma lacuna que tem provocado inquietação entre pesquisadores, professores, alunos e profissionais de jornalismo. A idéia é oferecer uma revisão crítica e atualizada sobre o tema, ao mesmo tempo em que estimula novas perspectivas para que outras reflexões sejam desenvolvidas.

“Como alguém que se dedica ao tema há muitos anos, é com propriedade que ele indica os caminhos para a passagem daqueles que querem aprofundar e continuar o percurso teórico, ajudando a compreender as categorias jornalísticas que estruturam a exposição de conteúdos dos meios jornalísticos”, afirma Cicilia M. Krohling Peruzzo, doutora em Ciências da Comunicação, que assina o Prefácio da obra. Ela ressalta, ainda, a importância das próprias revisões que Marques de Melo vem fazendo na classificação dos gêneros propostos ao longo do tempo, necessária por terem como base estudos empíricos sobre realidades sempre em transformação.

“Uma tentativa de resgatar a identidade jornalística numa conjuntura minada por vaticínios desestabilizadores, apregoando o “ocaso do jornalismo”, ou sugerindo a passagem a uma espécie de pós-jornalismo”, como reitera Marques de Melo na Introdução. Trata-se de obra de apoio didático para alunos e professores de Jornalismo, bem como de roteiro útil aos jovens que se iniciam na profissão, mas não tiveram treinamento suficiente no exercício dos gêneros jornalísticos.

Sobre os autores

Os autores dos textos de ‘Gêneros Jornalísticos no Brasil’ são pesquisadores que passaram por aulas ministradas por Marques de Melo entre os anos de 1994 e 2009, período em que o professor Marques de Melo orientou, na Umesp, mais de 10 pesquisas de pós-graduação sobre o tema. Além de Francisco de Assis, doutorando em Comunicação Social e professor do Curso de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade de Taubaté (SP), assinam os textos outros alunos e ex-alunos da Universidade Metodista de São Paulo: Ana Regina Rêgo, doutoranda pela Umesp e pela Universidade Autônoma de Barcelona; Daniela Bertocchi, mestre em Ciberjornalismo e professora em Jornalismo Multimídia na Facamp; Guilherme Jorge de Rezende, doutor em Comunicação Social, professor e coordenador do Curso de Jornalismo na Universidade Federal de São João Del-Rei; Janine Marques Passini Lucht, doutora em Comunicação Social, professora e coordenadora do Curso de Jornalismo na ESPM, em Porto Alegre; Lailton Alves da Costa, mestre em Comunicação Social e editor do Jornal de Tocantins, em Palmas (TO); Laura Conde Tresca, mestre em Comunicação Social; Maria Isabel Amphilo, doutoranda em Comunicação Social; Tyciane Cronemberger Viana Vaz, doutoranda em Comunicação Social; Virgínia Salomão, doutora em Comunicação Social e professora do Curso de Jornalismo da Universidade Paulista – UNIP.

O coordenador do livro, José Marques de Melo, é doutor em Jornalismo pela Universidade de São Paulo, onde fundou o Departamento de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes. Atualmente é professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo e diretor-titular da Cátedra Unesco/Umesp de Comunicação para o Desenvolvimento Regional. Preside também a Federação Brasileira das Sociedades Científicas e Associações Acadêmicas de Comunicação – SOCICOM – e coordena o Grupo de Pesquisa sobre Gêneros Jornalísticos da INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação.

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Do Boletim da FENAJ

A defesa do campo do jornalismo, a manutenção da exigência do diploma para o exercício da profissão e a revisão das diretrizes curriculares como instrumento de qualificação do ensino na área foram alguns dos destaques do 12º Encontro Nacional de Professores de Jornalismo, realizado em Belo Horizonte, de 17 a 19 de abril. A Carta de Belo Horizonte, documento final do encontro, sustentou que a defesa da regulamentação profissional do jornalismo é a defesa da própria democracia. A campanha em defesa do diploma ganhou um novo reforço com a criação de uma rede social de apoio na internet.

Com grande participação de professores, pesquisadores, profissionais e estudantes de jornalismo, o 12º ENPJ constituiu-se em novo marco do crescimento do campo do jornalismo no campo acadêmico e científico nacional. Para Valci Zuculoto, diretora da FENAJ e do Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo (FNPJ), o alto nível dos debates e a conexão com as grandes lutas do movimento sindical dos jornalistas brasileiros foram alguns dos destaques do evento.

Além de Valci, prestigiaram o 12º ENPJ também o presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade, e os diretores da Federação Celso Schröder, Beth Costa, Alexandre Campello, Arthur Lobato e Aloísio Lopes. Valci registrou, também, a qualidade da organização do encontro, elogiando a participação dos diretores do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais Valéria Said, Fátima de Oliveira e Sandra Freitas, que participaram da comissão de organização.

Entre as deliberações específicas da assembleia do Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo, duas deliberações se destacaram. A primeira, definindo que os encontros nacional e estaduais de professores da área serão bianuais e intercaladas. A outra foi a aprovação formal da continuidade do FNPJ como signatário do Programa Nacional de Qualidade do Ensino em Jornalismo, que foi atualizado em 2008, em um evento de caráter nacional realizado em Florianópolis pela FENAJ.

Quanto aos debates sobre a exigência de diploma para o exercício da profissão, a Carta de Belo Horizonte sustenta que a ameaça a esse requisito significa “colocar em risco a ética jornalística, que proporciona uma informação plural e fortalece a democracia”.

Jornalista, só com diploma!
Uma rede social com integrantes de diversos segmentos da sociedade foi criada na internet em apoio à obrigatoriedade do diploma para a profissão de jornalista. Nela, os participantes podem postar notícias, comentários e fotografias. “As pessoas ainda podem encontrar amigos e conversar entre si por intermédio de mensagens e um chat on-line. Enfim, é uma animação só”, conta a jornalista Adriana Santiago, uma das idealizadoras da rede, que convida todos os interessados a ingressarem no movimento. Para acesso à rede social Jornalista só com diploma, clique aqui.

Veja, a seguir, a íntegra do documento final do 12º ENPJ.

Carta de Belo Horizonte
Os professores, estudantes e profissionais presentes no 12º Encontro Nacional de Professores de Jornalismo (ENPJ), realizado em Belo Horizonte-MG, entre os dias 16 e 19 de abril de 2009, assumem a defesa pública do Campo Jornalístico e confirmam a necessidade de manter a exigência de formação universitária em Jornalismo para o exercício profissional. Tal posição está baseada no entendimento de que o compromisso da mídia com a cidadania passa pela atuação independente, plural, ética e responsável dos jornalistas que atuam nos mais diversos meios e espaços de produção editorial.

A defesa da formação superior específica é uma garantia de qualificação profissional e, pois, uma possibilidade concreta de assegurar mais autonomia profissional à produção jornalística. A ameaça à exigência do diploma universitário para acesso profissional significa, assim, colocar em risco a ética jornalística, que proporciona uma informação plural e fortalece a democracia. Afinal, o jornalismo é um serviço público e não pode ficar refém de alguns poucos empresários, que têm apenas interesses econômicos ou eleitoreiros para ampliar o controle sobre a mídia brasileira.

Os professores ratificam as bases que orientam a proposta do FNPJ apresentada à Comissão do MEC que vai elaborar as novas diretrizes ao ensino universitário do Jornalismo, bem como apostam no trabalho da comissão em apresentar um projeto comprometido com a melhoria da qualidade do ensino na área e na definição de critérios para normatizar a abertura, credenciamento, renovação e avaliação dos cursos de Jornalismo.

Os participantes do ENPJ entendem, ainda, que a 1ª Conferência Nacional de Comunicação – marcada para os dias 1º a 3 de dezembro 2009 – é uma conquista inédita da sociedade brasileira na definição de diretrizes e políticas estratégicas de ação para marcar o compromisso da mídia com os interesses públicos, criando mecanismos para que a comunicação não seja usada para atender vontades e vantagens eleitoreiras ou econômicas de alguns poucos grupos empresariais.

As três ações acima indicadas – garantia da exigência de formação para exercício do Jornalismo, aprovação de novas diretrizes para o ensino de Jornalismo e a aposta numa Conferência Nacional de Comunicação representativa e norteada pelo interesse público – representam e marcam a confluência de estratégias que podem fortalecer a democracia e as condições ao exercício da cidadania, em que a mídia tem um papel fundamental nas sociedades contemporâneas.

Ao entender que o fortalecimento do campo jornalístico pressupõe a organização dos atores sociais – professores, profissionais, estudantes e pesquisadores –, os presentes no 12º ENPJ assumem um compromisso pelo fortalecimento das entidades representativas do setor, realizando atividades públicas (debates e manifestações, forçando o diálogo e cobrança dos gestores responsáveis pelas ações da área), em parceria com os Sindicatos e Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ) e a Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), dentre outras entidades.

Por fim, os professores presentes ao 12º ENPJ ratificam a defesa do Jornalismo e convidam os representantes dos diversos setores, grupos e movimentos da sociedade civil organizada para reforçar um compromisso público dos representantes parlamentares e do judiciário brasileiro (STF) pela manutenção da exigência de formação universitária para o exercício do Jornalismo. Afinal, a defesa da Regulamentação Profissional do Jornalismo é a defesa da própria democracia e, portanto, uma luta de todos.

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Editorial da FENAJ

Murillo Nascimento é estudante de Jornalismo da PUC-Campinas. No último dia 1º, depois de encarar de ônibus, junto com outros colegas, os 921 km entre a sua cidade e Brasília, passou toda a tarde em manifestação ao lado do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), reivindicando a manutenção da exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Julgamento adiado, Murillo imediatamente retornou. No total, entre ida e volta, mais de 30 horas de viagem e quase dois mil quilômetros. Ele foi um dos mobilizadores do ato. “Foi bonito ver aquelas pessoas gritando por um ideal. Brigando por uma causa. Falo por mim e por todos os estudantes daquele ônibus. Acho que fizemos história”, escreve ele em e-mail para a FENAJ e diz que está à disposição para outras manifestações. “Se precisar, voltaremos a Brasília”, promete.

Neste 7 de abril, Dia do Jornalista brasileiro, nossa categoria depara-se com um cenário de desalento e paradoxalmente de esperança. Há uma campanha sórdida, urdida pelo baronato da mídia, contra nossa regulamentação. Dizem que nosso diploma ameaça a liberdade de expressão. De todas as infâmias, essa é a mais injusta. Como confundir o cerceamento à liberdade de expressão e a censura, com o direito de os jornalistas terem uma regulamentação profissional que exija o mínimo de qualificação? A regulamentação, em seu formato atual, é fundamental para garantir o direito à informação qualificada, ética, democrática e cidadã para toda a população. A falácia e a confusão deliberada, na verdade, escondem o objetivo de desorganizar uma categoria, ampliando ainda mais as condições de exploração e o propósito do controle absoluto sobre o acesso à profissão e, por extensão, das consciências dos jornalistas e de todos os cidadãos.

Nas últimas décadas, o Jornalismo foi reconhecido e se firmou, no Brasil, como um modo de ser profissional. A atividade passou a ser fortemente vinculada ao interesse público, com crescente reflexão sobre a ética e as habilidades próprias das funções exercidas no jornalismo, nos seus mais variados formatos. É por isso que entendemos o caráter indispensável da formação profissional, base para o exercício regular da nossa atividade. Esta conquista, na atualidade, depende da posição dos 11 ministros que integram o STF e devem julgar, em breve, o recurso das empresas contra a regulamentação profissional e a obrigatoriedade do diploma.

As mesmas empresas que se mobilizam contra o diploma, aproveitam-se de uma crise econômica, que evidentemente ainda não alcançou o setor no Brasil, para demitir em massa. Desde o final do ano passado, a FENAJ já contabilizou 153 demissões em todo país. O discurso da crise econômica mundial é utilizado como biombo para encobrir gestões incompetentes nos veículos de comunicação, perspectivas que colocam a informação como produto meramente mercantil e opções empresariais calcadas em concepções neoliberais de ajustamento às crises. Essas opções ignoram os problemas sociais decorrentes da demissão e arrocho salarial dos trabalhadores, bem como o direito da sociedade à informação com qualidade. Esta crise é sistêmica e estrutural do capitalismo.

Não compete aos trabalhadores gerir a crise econômica internacional, mas sim refletir e lutar por sua superação. Para tanto, é preciso que nós, jornalistas, tenhamos uma postura ativa de denúncia da alternativa patronal de repassar o ônus da crise para a classe trabalhadora e de resistirmos aos processos de demissão e precarização. Fundamentalmente, é preciso que reforcemos os nossos laços coletivos e nossas organizações sindicais. Só assim vislumbraremos perspectivas de vitória nos espaços de disputa, tanto na relação direta com o patrão, quanto nas esferas do judiciário, legislativo e executivo.

Anima nossa categoria, neste momento, saber que contamos com o apoio da sociedade na luta em defesa da informação de qualidade. Em recente pesquisa nacional, 75% dos entrevistados posicionaram-se a favor da exigência do diploma para o exercício do Jornalismo e da constituição de um Conselho Federal dos Jornalistas. Outro elemento estimulante é a possibilidade da realização das Conferências Regionais e Nacional de Comunicação, como espaço de mobilização social e construção de políticas públicas para um setor onde impera a concentração da propriedade e a ausência de pluralidade e democracia. Nessa área, também são boas as perspectivas de uma solução para a histórica polêmica em torno da Lei de Imprensa que, no nosso entendimento, passa necessariamente pela aprovação de um novo e democrático texto no Congresso Nacional. Também acompanhamos, com igual interesse, o debate em torno da definição das novas diretrizes curriculares dos Cursos de Jornalismo. A FENAJ acredita em uma formação de nível superior de qualidade como elemento estruturante da profissão no Brasil.

No Dia do Jornalista, a FENAJ e seus 31 Sindicatos filiados reafirmam publicamente a firme disposição de seguir na luta em defesa dos legítimos interesses da nossa categoria e de todo povo brasileiro. Neste 7 de abril, nossa homenagem a todos e todas jornalistas do país. Nossa homenagem especial a todos e todas estudantes de Jornalismo do Brasil que se preparam para exercer essa profissão com competência técnica, responsabilidade social e compromisso ético.

Parabéns jornalistas e futuros jornalistas.

Brasília, 7 de abril de 2009.

Diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ

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12º Encontro Nacional de Professores de Jornalismo

As inscrições de trabalhos para o 12º Encontro Nacional de Professores de Jornalismo (ENPJ) encerram no próximo dia 28 de fevereiro, sábado. O evento acontece em Belo Horizonte, entre os dias 17 e 19 de abril e tem como tema “O ensino de jornalismo nas universidades: impactos na prática profissional e conquistas para a sociedade“.

A diretoria do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ) promoveu algumas mudanças no evento que, a partir deste ano, se tornou um evento múltiplo. Na programação do 12º ENPJ acontecem também o 3º ENCONTRO NACIONAL DE COORDENADORES DE CURSO DE JORNALISMO, o 5º COLÓQUIO ANDI, o PRÉ-FÓRUM DA FENAJ, o VIII CICLO NACIONAL DE PESQUISA EM JORNALISMO em que serão apresentados os trabalhos de pesquisa, ensino e extensão desenvolvidos pelos professores, pesquisadores e profissionais de jornalismo e ainda o II COLÓQUIO IBERO-AMERICANO DE ENSINO DE JORNALISMO, que reunirá pesquisadores e professores de Portugal, João Canavilhas; da Colômbia, Carlos Agudelo; da Argentina, Miguel Wiñaczki e do Brasil o professor Sérgio Gadini (UEPG).


Uma outra novidade para o Encontro deste ano foi a participação da Comissão Organizadora Local na rede social Twitter. A professor Sandra Freitas, coordenadora, criou um perfil no Twitter para divulgar as atividades do evento. Para quem quiser seguir o twitter, basta buscar por @12enpj, ou simplesmente 12enpj na rede Twitter.

O 12º Encontro Nacional de Professores de Jornalismo será realizado em três instituições de ensino de Belo Horizonte, todas localizadas na área central, Centro Universitário UNA, Faculdade Pitágoras e Uni-BH.

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Prof. Dr. José Marques de Melo, cientista do jornalismo brasileiro

Prof. Dr. José Marques de Melo, cientista do jornalismo brasileiro

José Marques de Melo exerce o jornalismo há 50 anos, de forma simultânea ou alternada, nas redações ou na universidade, transitando entre a práxis e a teoria. O lançamento de Vestígios da travessia, livro autobiográfico e antológico, contribui de forma sensível para o resgate e perpetuação da memória do jornalismo brasileiro.

A primeira parte contém a narrativa do percurso entre a comunidade sertaneja e a metrópole paulistana. A segunda parte reúne uma amostra seletiva de textos publicados pelo autor nas diversas etapas da sua vida jornalística, desde os exercícios de aprendiz aos mais recentes escritos da maturidade.
Trata-se de livro útil aos jovens que ingressam na profissão, obra ilustrativa para os docentes que buscam referências textuais capazes de dinamizar suas aulas e narrativa importante para os veteranos jornalistas que podem recordar os tempos vividos. Interessa também aos cidadãos que usufruem cotidianamente a da crítica do jornalismo. O livro será lançado nacionalmente no dia 10 de março de 2009,  na Livraria Saraiva do Shopping Paulista, a partir das 19 horas, durante o Café Intercom, na cidade de São Paulo e poderá ser encontrado nas livrarias de todo o país, inclusive na rede de livrarias universitárias supervisionada pela ABEU – Associação Brasileira de Editoras Universitárias.

Confira alguns trechos do livro:

Meio século de jornalismo radical

“Vejo com apreensão as múltiplas turbulências que o campo do Jornalismo enfrenta nesta passagem de século. Mudanças tecnológicas, sociográficas e geopolíticas atropelam os processos de produção noticiosa, impondo ajustes aos novos tempos. Profissionais, empresários e educadores procuram soluções consensuais para corresponder às novas demandas do mercado e da sociedade. (..)
Perplexos, testemunhamos as tentativas esboçadas por agentes dos poderes executivo, legislativo judiciário, no sentido de minar o edifício que sustenta a liberdade de imprensa. Artifícios ostensivos ou dissimulados começam a despontar em cadeia, resultando em atos que restringem ou inibem o desempenho profissional dos jornalistas. Se não houver uma constante vigilância da sociedade corremos o perigo de retrocesso.
Precisamos evitar que esse sentimento de vazio institucional se transforme em alavanca capaz de acionar um tipo de voluntarismo atroz, conduzindo jornalistas bem intencionados, geralmente movidos por equívoca “missão civilizatória”, a praticar justiça com as próprias mãos, na verdade retrocedendo aos tempos da barbárie.
Vestígios da travessia: da imprensa à internet (São Paulo, Paulus / Maceió, Edufal, 2009),  livro retrospectivo, pretende contribuir para neutralizar desvio de tal magnitude.
Na primeira parte, faço um relato autobiográfico, destacando episódios da trajetória percorrida entre a comunidade sertaneja e a metrópole globalizada. Na segunda parte, selecionei textos publicados nesses 50 anos de intensa travessia jornalística. Eles evidenciam as diferentes fases da minha atividade narrativa, desde os exercícios de aprendiz até as mais recentes expressões da maturidade. “

José Marques de Melo (Autor) – Introdução

Incansável guerreiro da comunicação

“ Eis uma admirável travessia: passo a passo, desde os primeiros passos do menino que deixou a sua aldeia numa barranca do rio Ipanema, no sertão de Alagoas, para buscar o saber nas cidades grandes da beira do mar. E daí, em busca incessante, atravessou o mar, transpôs as portas de universidades da América Latina, dos Estados Unidos e da Europa, fez-se mestre – o professor José Marques de Melo, pesquisador incansável, trabalhador intelectual em tempo integral, autoridade reconhecida no Brasil e no Exterior como um dos mais profundos conhecedores das Ciências da Comunicação.

Os caminhos percorridos por esse incansável guerreiro da Comunicação são múltiplos. Da gestão acadêmica à organização de seminários, encontros, congressos, fundação e direção de publicações especializadas, como boletins, revistas e a publicação de livros, muitos livros. É, provavelmente, o autor com mais títulos publicados sobre estudo de Jornalismo e Comunicação no Brasil .”

Audálio Dantas – Jornalista – Autor do Prefácio

O maior anatomista do jornalismo

“ Em matéria de jornalismo José Marques penetrou todos os seus meandros, revirou-lhe todas as vísceras, tornando-se o maior anatomista do jornalismo brasileiro. No Brasil, ninguém melhor do que ele disseca o jornalismo em sua estrutura técnico-científica, matizando-o com cores bem vivas e atraentes.

Afora um monte de livros que já pôs em circulação, infelizmente pouco divulgados em Alagoas, agora entrega ao leitor Vestígios da travessia, uma obra que se destina a marcar os seus 50 anos de jornalismo. Ainda bem que os alagoanos são compensados mensalmente com a leitura da revista Imprensa, onde José Marques de Melo aparece entre os melhores colunistas. “

Antonio Sapucaia Jurista – autor do Prólogo

O jornalista enveredando pela cultura popular

“ Jornalista do batente nos inícios, pesquisador do jornalismo na seqüência, teórico da comunicação na maturidade, todas as fases da sua caminhada estão descritas no livro que as contêm sem densidade, fluindo como um Ipanema amansado. De muitas ocorrências documentadas presto testemunho pessoal, sobretudo do contido nos artigos opinativos da Página dos Municípios do Jornal de Alagoas, onde assuntos polêmicos eram tratados com a coragem necessária ao enfrentamento das incompreensões, não apenas da Província mas até mesmo de habitantes da aldeia: a maconha de Santana do Ipanema (então um dos principais pólos produtores do Brasil), a questão do Grupo Escolar da Camuxinga (a quase desabar sobre as crianças de um bairro de periferia), a construção das novas igrejas (para barrar o incipiente avanço do protestantismo na comunitas) …
Re/descubro finalmente na leitura deste fascinante livro um novo ponto de convergência a nos unir: o jornalista enveredando pela folkcomunicação, o ecólogo pela folkecologia, ambos mantendo-se fiéis às suas origens e ao seu povo, acesos pela paixão da nossa cultura mais popular, depositários que fomos/somos dos seus frutos, agora na ânsia responsável de reparti-los. Uma diferença, porém, devo novamente realçar: do outro lado do espelho, espreita-me uma imagem muito melhor, a do autor de “Vestígios da Travessia”, ampliada por dimensões de colosso e colorida por ressonâncias magníficas.  “
José Geraldo Wanderley Marques – Biólogo, autor do Preâmbulo

Ícone no mundo universitário comunicacional

“ Quando iniciei a leitura  de Vestígios da Travessia  fiquei  impressionada com  os nominados Vestígios a serem avaliados pelo grupo escolhido para esta conversa de fim de noite-início do novo dia, quando o autor continuará na marcha veloz e  sem retorno iniciada  na infância quando seu pai saiu  definitivamente de Palmeira dos Índios para Santana do Ipanema.
José Marques de Melo se fez conhecido no mundo nacional e internacional midiático como alguém  que participou da cientificização do velho (de duzentos anos) jornalismo brasileiro. Através da criação de cursos universitários  e de pesquisas sobre a imprensa escrita, falada e televisiva, este  palmeirense dublê de santanense é hoje ícone no mundo universitário comunicacional,  participando também  da  quase desconhecida do grande público – Ciência da Comunicação.

Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros – Antropóloga, autora do Posfácio

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Edição 551 da revista Época
Edição 551 da revista Época

 A revista Época desta semana, edição 551, é de conteúdo, seleção e gosto duvidoso. A matéria de capa – Edição Especial. As 100 pessoas mais influentes do Brasil em 2008 – ocupa a maior parte da revista, cuja seleção de personagens, de autores de perfil e de conteúdo demonstra a clara preferência editorial num misto de garantir verbas publicitárias e apoio às suas ações.

Desde um Blairo Maggi que escreve sobre Carlos Minc ou ainda uma troca de favores quando Sergio Andrade escreve sobre Carlos Jereissati e Carlos Jereisatti escreve sobre Sergio Andrade, o conteúdo da revista desqualifica completamente a edição. Não vale o preço de capa e tampouco não vale a pena comprar. Como assinante, sou obrigado a engolir essas “coisas”.

Alguns personagens se salvam e merecem o título da matéria, como Lygia da Veiga Pereira, Felipe Massa, Zé Roberto Guimarães, Maurren Maggi e Miguel Nicolelis, entre outros poucos.

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O jornal Diário de Natal também vai participar do projeto de publicação das reportagens produzidas pelos alunos de 5º semestre do Curso de Jornalismo da UFRN. O chefe de redação do Diário de Natal, Carlos Magno confirmou para a próxima semana a publicação de matéria dos estudantes.

A matéria selecionada pelo jornalista Carlos Magno trata da longevidade das pessoas. A equipe, composta por Ailton Salviano, Arthur Cortês, Ilo Aranha, José Pedro, Júlio César e Thiago Marinho,
conseguiu localizar a pessoa com mais idade em Natal. João Paulo de Souza, o “seu Juca” está com 103 anos e ainda freqüenta seu trabalhos todos os dias.

Confira a matéria na próxima semana. A reportagem deverá ser publicado no domingo, dia 23 de setembro.

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Os estudantes de jornalismo da UFRN iniciaram nova fase de produção de reportagens, cujos melhores trabalhos serão publicados nos dois principais jornais diários de Natal, Tribuna do Norte e Diário de Natal.

Os alunos produzem reportagens sobre assuntos diversos, conforme discussão de pauta realizada na disciplina Reportagem, Pesquisa e Entrevista ministrada pelo professor Gerson Luiz Martins. Neste semestre foram produzidas sete reportagens e selecionadas cinco. Dessas, os editores da Tribuna do Norte e do Diário de Natal selecionam aquelas que mais interessam ao jornal, conforme sua linha editorial e pertinencia dos assuntos para o período.

A experiência começou no primeiro semestre de 2007 com resultados muito satisfatórios. Os estudantes vivenciam a prática da reportagem, da pesquisa e da entrevista jornalística e podem ver seus trabalhos publicados nos principais jornais locais, como forma de realização do esforço praticado ao longo de 30 dias para produzir as matérias.

As equipe são divididas com cinco a seis pessoas que nomeiam dois repórteres, dois editores e um ou dois pauteiros. Essa divisão, embora determinem a responsabilidade de cada um no trabalho, não significa que a equipe trabalhe isoladamente, cada membro pode e auxilia o outro na sua tarefa. Além das matérias, os alunos produzem as fotos e infográficos necessários para a pauta.

Segundo o diretor de redação da Tribuna do Norte, Carlos Peixoto, esse trabalho é também uma forma de verificar as potencialidades dos estudantes e abre possibilidade para que os mesmos possam ser contratados pelo jornal depois de formados. O editor do Diário de Natal, Carlos Magno, destaca a importância do projeto, pois aproxima as aulas de jornalismo da prática cotidiana de produção da notícia e coloca os alunos no ambiente profissional a cada fase de produção das reportagens.

* O jornal Diário de Natal recebe o nome de O Poti em suas edições dominicais.

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Rodrigo Amarante, guitarrista – eventualmente, baixista -, vocalista e compositor da banda carioca Los Hermanos, mostra nesta entrevista o que pode acontecer quando um jornalista vai mal preparado cumprir uma pauta, sem planejamento e pesquisa para a entrevista.

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