Por Carmen Pereira
Nos próximos dias, a Comissão de Especialistas encarregada da revisão das diretrizes curriculares para os cursos universitários de jornalismo entregará seu relatório ao Ministério da Educação. Embora o conteúdo do documento ainda não seja conhecido, a FENAJ espera que suas contribuições, bem como as das entidades do campo do jornalismo tenham sido aceitas.
O prazo final para conclusão e entrega do relatório se encerra no dia 19 de agosto. Mas o presidente da Comissão, professor José Marques de Mello, já adiantou a veículos de comunicação que o relatório está pronto, faltando apenas a definição de agenda oficial para sua apresentação ao Ministério da Educação.
Valci Zuculoto, do Departamento de Educação da FENAJ, conta que, embora o documento final ainda não tenha sido publicizado, as informações obtidas de alguns dos membros da Comissão são de que as contribuições da Federação e de entidades como o Fórum Nacional de Professores de Jornalismo e Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) “em sua essência” foram incorporadas.
“Ao que nos consta, questões como a ampliação da carga horária mínima para 3.200 horas, curso específico desmembrado da Comunicação Social, estágio curricular nas últimas fases e não se confundindo com exploração de mão-de-obra barata, entre outras questões, estão presentes no relatório”, destacou Valci. Ela destaca, no entanto, que a FENAJ espera que o MEC disponibilize o documento para uma avaliação mais rigorosa.
Curso de atualização?
Sobre os questionamentos que a FENAJ recebeu referentes ao “curso A arte de fazer jornalismo”, promovido pela revista Cult em parceria com a Faculdade Cásper Líbero, a diretora da FENAJ lamentou a forma como vem sendo divulgado. “Me parece óbvio que um ‘curso’ que vai das 9h30 às 18 horas só pode ser de atualização, mas o texto que divulga a atividade revoltou muita gente em função da decisão do STF sobre o diploma”, diz. O texto de divulgação do curso diz que ele é direcionado a estudantes de graduação ou portadores de diploma de nível superior (de qualquer área do conhecimento) que queiram exercer ou se aperfeiçoar na profissão.
A professora e sindicalista lembra que vêm proliferando cursos de curta duração sobre jornalismo após o julgamento do STF que tornou desnecessária a exigência de diploma de curso superior de Jornalismo para o exercício da profissão. “Agora este evento, da forma como vem sendo divulgado e trazendo o nome da Cásper Líbero vem trazendo transtornos, pois muita gente considerou que a primeira escola de jornalismo do Brasil abraçou a causa do patronato e do ministro Gilmar Mendes”, conta. “Num momento de questionamento do diploma, é hora de os cursos mostrarem qualidade para formar jornalistas capacitados e não se deixarem confundir com a decisão equivocada do STF”, completa.
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